Parabéns a todos os fotógrafos(as) pelo dia de hoje! Deixo aqui o texto mais bonito e emocionante sobre fotografia que já li na vida… e que sorte a minha, quem escreveu ele foi o querido e inspirado amigo Diogo Ramos @diogoramosf. Leiam… vale muito a pena… é como sinto a fotografia. (Em tempo: a Luciana do texto não sou eu).
“Certo dia me perguntei: por que a fotografia existe?
Seria ela a memória que um dia, provavelmente, deixaremos de ter?
Me lembrei então do dia 16 de janeiro de 2014.
Naquela tarde de sol fotografei Luciana.
Um ano e dez meses depois da nossa última foto, alguns dias de partir, Luciana me disse: jamais se esqueçam de mim.
Percebi naquele momento que essa era talvez a razão mais forte da fotografia existir: ser essa busca por não nos fazermos esquecer.
Queremos ser eternos, queremos viver para sempre, seja dentro dos outros, seja num pedaço de papel amarelado ou numa tela, que daqui alguns anos alguém vai apontar e dizer: era fulano.
Já o fotógrafo, pretende viver para sempre dentro de cada um que fotografou. Quer se manter vivo na memória. Um dia, apenas será lembrado: foi fulano que fotografou.
Então, descobri que a tal eternidade que nós, fotógrafos, tanto falamos, na verdade não existe.
Muito mais do que vivermos para sempre na memória dos outros, o que realmente importa é a pequena fração de momento que está por trás da fotografia. Todo o restante é consequência.
Descobri, com isso, que a fotografia é essa coisa da descoberta, que te encontra numa esquina, em cima de uma pedra olhando pro mar, numa curva de estrada, num doce gesto.
Descobri que a fotografia é uma tentativa desesperada do fotógrafo de expandir-se quando já não cabe mais em si.
Descobri que quanto mais descubro mais pareço desconhecer a tudo, exceto a mim mesmo.
E que dessa profunda relação de descobrir, só fotografo uma coisa em todos os lugares: o que eu realmente sou.
Isso também passará.”
Diogo Ramos @diogoramosf - texto de encerramento do @wedding.brasil
Foto: Ana Cariane
